domingo, fevereiro 13, 2005

Lamentações de um felizardo

Estava hoje, no meu fenomenal calhembeque, a caminho de super mercado quando me apercebí de que ainda não tinha tido um pensamento: de que tenho saudades, depois de cá estar há 3 semanas? A resposta... ocupou-me quase todo o dia.

É relamente nestas alturas, em que nos encontramos totalmente fora do nosso meio e um pouco "perdidos" que nos damos conta daquilo que é importante na vida, e principalmente quando vemos pessoas com tão pouco à nossa volta no meio da cidade.

De que tenho saudades... A primeira coisa que me veio à cabeça foi: a minha cama!!! Só para verem o quão crítica é a situação, digo-vos que ontem fui saír até às 3h da matina e hoje às 10h30 já estava de pé! A mistura de claridade, calor, barulho das empregadas e do ar condicionado do vizinho não me tem deixado dormir nada bem, e alguns de voçês sabem como eu fico quando durmo mal! Quando pensei nisto eram 11h, estava a pingar de suor no carro, cheio de sono a regressar de um super-mercado que não estava aberto (fui saír de casa para nada!)

Depois de ter tido este pensamento meio idiota, decidi-me a dedicar uma maior parte dos meu neurónios a pensar mais profundamente nisto e cheguei a uma conclusão: aquilo de que sinto mais falta é... de longe... de tí! Sim, tí! Para estares a ler isto tens de ser um dos meus amigos: de Linda-a-Velha, da Estudantina, do Técnico outro lugar ou um familiar meu. E é de voçês que sinto mais saudades. Felizmente tenho conhecido pessoas fantásticas em Angola, mas de vez em quando sabia bem estar com "a malta"...

Aquele pensamento, clichê, que "só nos aprecebemos da importância das coisas quando não as temos" afinal não é tão pimba quanto isso, até tem alguma lógica. Snif, snif... Se vos disser que é Domingo à noite e estou sozinho no escritório da COBA a escrever isto porque é o único sítio com internet, fica ainda mais depressivo...

Mas, (há sempre um mas), eu sei que tu estás aí, e que um dia tudo vai voltar a ser igual. Só tenho pena de não ter dado mais voltas de bicicleta, ter tocado mais musicas com a Estudantina, ido mais vezes a Mora, ter-me ido divertir-me com os amigos, ter feito mais vezes amor, ter juntado mais vezes amigos em minha casa.

Há que seguir em frente mas já me prometí que a segunda coisa a fazer quando chegar a Portugal serão duas semanas de festividades de arromba (a primeira será ir a Fátima agradecer por ter chegado vivo de Angola!).

Pronto, já me está a bater a SAUDADE tão lusitana. Venham os fados fatalistas e as caipideiras!

Abraços e beijinhos.

PS - Hoje em Luanda: 30ºC e 85% de humidade.... Ai Jasus!