segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Chegada e primeiros dias

Olá a todos,espero que compreendam a impressoalidade desta mensagem, mas voçês são tantos e o tempo de acesso que tenho à net tem sido memso muito reduzido.

Como estás? No fundo no fundo eu sei que queres é ter notícias minhas, e no fundo no fundo, é simples, estou óptimo.

Cheguei a Luanda no Domingo dia 23, às 20h, sem grandes atrasos nem tropelias ou problemas, tanto na viagem como na chegada a Luanda. Minha primeira ideia de Angola? Quente!! Mal pús o pézinho fora do avião sentí logo aquele bafo e só aí caí em mim: "Estou em Angola!". Desde esse dia fiquei hospedado em casa da tia do Kikas e toda a família tem sido simplesmente fantástica, tanto pelo apoio, como pelas conversas fantásticas que temos, através das quais vou conhecendo um pouco melhor este país. Logo na 2ª à tarde fui conhecer os escritórios da COBA com o meu futuro ex-chefe, uma vez que dentro de duas semanas ele regressa definitivamente para Portugal. André Nicolau, que chegou 3ª será o novo delegado da COBA em Angola. Em termos de trablaho estamos cinetes que estamos num país difícil, mas também é um país em que há muita obra a fazer, isto em todos os sentidos.

Luanda é durante o dia uma cidade com uma vida impressionante, com um trânsito terrível, mesmo cómico e gente por todo o lado. As disparidades sociais são enormes: é normal ver um amputado com roupa toda esfarrapada a mendigar junto aos vidros fumados de um carro de altíssima topo de topo de gama. À noite torna-se serena e quase desértica porque os que moram no centro são poucos. Só para terem uma noção, a aqui denominada "cidade de asflato", zona alcatroada com rede de água e electricidade (que funcionam péssimamente), foi projectada para 400 mil habitantes. Hoje em dia residem cerca de 4 milhões na zona urbana...

Logo na 3ª feira fui à praia, na Ilha do Mussulo, para a casa de uns amigos Argentinos do Kikas. Para além de uns lindíssimos passeios de barco, deu para ganhar logo uma côrzinha. Passei o resto da semana a trabalhar e a dar uns passeios valentes com Kikas e sua namorada, a Ana, que também está cá. Desde então já fui ao Mussulo mais um fim-de-semana inteiro.

Baptizado.
Imaginem só: igreja cheia, 30ºC, mosquitos, padre que chega 1h atrasado. Apesar destas contrariedades, os miudos estavam giríssimos e a cerimónia foi muito bonita. O atraso do padre nem foi motivo de preocupação, por estas terras é normal não ligar aos horários, ao ponto de eu próprio ter deixado de andar de relógio, para "entrar na onda". Depois da cerimónia houve aquilo que me disseram ser "só comer qualquer coisa". Chegando lá, era o equivalente a um casamento em portugal: lagosta, gambas, bebidas para todos, música. Brutal!

Mudei-me na semana passada para a minha casa definitiva. É simples de explicar: segundo os padrões Portuguesas é uma casa chunga, para Luanda é um luxo! Custa 1000 USD (e é pouco).... Estou a falar de um T1...

Em relação a carro, passei do meu Yaris em portugal (995cm3, 65cv), para um toyota Land Cruiser a diesel, com motor 3.9 (3900cm3) , 5 cilindros, de 1992 e sem suspensão. Traduzindo: é o maior chaço à face da terra e a direcção é mais pesada que um camião TIR! A direcção está desalinhada 90º e aos desligar a ignição dá semrpe um salto. Só dá para rir! Branquinho. Depois mando fotos. Por enquanto é só para desenrascar, enquanto não compro um. Este é emprestado pela COBA.

E pronto. O tempo escasseia. Não tenho net em casa e a do escritório é peciso pedir para ligar...
Estou bem, tenho pensado em muitos de vós e espero que me venham visitar.
Beijinhos e abraços.
Pedro